Estudo diz que geleiras da região do Everest diminuíram 13% em 50 anos
Cientistas divulgaram nesta semana que o Monte Everest, a maior montanha do mundo, já sofre impactos do aumento da temperatura global.

De acordo com o estudo, anunciado em uma conferência realizada em Cancún, no México, em 50 anos o gelo encontrado na região do Everest reduziu-se em 13% e pontos da montanha que antes ficavam totalmente cobertos já são visíveis.

Geleiras com tamanho médio de 1 km² estão desaparecendo mais rapidamente e foi detectada uma redução de 43% da presença delas na superfície da montanha desde 1960. A exposição de rochas e escombros que antes ficavam nas profundezas do gelo aumentou 17% desde 1960. Já as extremidades das geleiras recuaram, em média, 400 metros nos últimos 50 anos.

De acordo com pesquisadores da Universidade de Milão, na Itália, há suspeita de que a grande quantidade de emissões de gases de efeito estufa seja a principal causa da redução do gelo e neve na região do Everest. No entanto, eles ainda não estabeleceram uma ligação entre as mudanças na montanha e as mudanças climáticas.

Ritmo crescente de degelo – Segundo o pesquisador Sudeep Thakuri, que liderou a equipe de cientistas durante o trabalho, patrocinado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), as informações foram obtidas com a ajuda de imagens de satélite do Parque Nacional Sagarmartha, além de mapas topográficos e reconstrução da história glacial da região. A análise estatística mostra ainda que a maioria das geleiras do parque recuam a ritmo crescente.

Dados hidrometeorológicos avaliados pelos cientistas apontaram também que, desde 1992, a temperatura da região do Monte Everest aumentou 0,6 ºC e as chuvas diminuíram em 100 milímetros nos períodos que antecipam as monções (mudança de ventos que proporcionam chuvas intensas durante os períodos de junho a agosto) e nos meses de inverno.

A próxima etapa da pesquisa é integrar os dados sobre as geleiras, a hidrologia e o clima na região, para entender melhor o ciclo das chuvas e a futura disponibilidade de água no Himalaia. “As calotas polares e o gelo himalaio são considerados uma fonte de água para a Ásia, para o consumo, agricultura e produção de energia”, explicou Thakuri.
Data: 20/05/2013
Fonte: G1



 
Usuário:
Senha:
Esqueceu a senha? Não tem problema
Clique aqui e recupere sua senha