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Chuvas deixam 8 mortos e 28 mil desabrigados no Chile |
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As chuvas intensas e ventos fortes que atingem o Chile desde terça-feira deixaram até agora oito mortos, vários desaparecidos e 28 mil desabrigados, segundo fontes oficiais.
O ministro porta-voz chileno, Ricardo Lagos Weber, informou hoje que, dos desabrigados, 24 mil correspondem à região de Bío-Bío, no sul do país. Weber participou de madrugada de uma reunião liderada pela presidente Michelle Bachelet para avaliar a situação.
O Governo declarou na terça-feira a região de Bío-Bío "área de catástrofe", onde os rios Bío-Bío e Andalién transbordaram e inundaram localidades litorâneas.
"Quero pedir tranqüilidade aos chilenos porque temos experiência nisto e as autoridades estão avaliando a cada minuto os eventos", declarou Bachelet aos jornalistas antes de viajar para o sul do país.
Sete das vítimas fatais morreram na localidade de Chiguayante, próxima à cidade de Concepción, capital de Bío-Bío, onde um deslizamento de terra sepultou vários bombeiros e civis que socorriam os moradores do local.
Até agora foram recuperados sete corpos, três deles de bombeiros da localidade, um comandante, um capitão e um tenente, enquanto prosseguem os esforços para encontrar outras três pessoas sepultadas sob o barro.
Uma boa notícia foi que um dos dois policiais que foram arrastados pelo rio Teno, enquanto ajudavam a resgatar algumas pessoas que estavam debaixo de uma ponte, conseguiu sobreviver.
O carabineiro Ricardo Hidalgo Iturriaga, de 27 anos, foi resgatado por um helicóptero após ficar quase 12 horas na água. Ele foi visto preso em alguns galhos, que estavam a cerca de 40 quilômetros do lugar onde caiu no rio.
O corpo do outro policial, Marcial Gutiérrez, foi achado flutuando na água.
As câmeras de televisão registraram quando os dois ficaram presos com seu veículo em uma ilhota quando percorriam a região para ajudar os moradores. Logo depois, a corrente aumentou muito e cobriu totalmente a patrulha, levando os policias a subirem no teto do veículo.
Sem outra alternativa, eles deixaram para trás suas armas e se jogaram no rio após se despedirem com um abraço.
O saldo oficial de vítimas não inclui cinco pescadores da ilha Chiloé, a 1.200 quilômetros de Santiago, que foram considerados desaparecidos ontem pelas autoridades da região.
Em Santiago, onde choveu a noite toda, com ventos de 40 km/h, os desabrigados somam 625, segundo o governador da capital chilena, Víctor Barrueto, que acrescentou que também aconteceram cortes esporádicos de energia elétrica em alguns setores, causados pela queda de árvores sobre fios da rede elétrica.
Barrueto ressaltou que, em linhas gerais, a capital chilena suportou bem a situação, sem as inundações que cada vez que chove transformam suas ruas em rios. Santiago tem seis milhões de habitantes.
O temporal abrange mais de 1.300 quilômetros do território chileno, desde a região de Coquimbo, no norte, até a de Los Lagos, no extremo sul. Em várias regiões, entre elas a de Valparaíso, foram suspensas as aulas e todos os portos até a região de Aysén (Sul), a 1.500 quilômetros de Santiago, foram fechados.
Os últimos relatórios meteorológicos informam que o tempo melhorará na madrugada da quinta-feira.
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Data: 13/07/2006 |
Fonte: EFE |
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