Filipinas: Risco de erupção de vulcão obriga evacuação de 50 mil
Cerca de 50.000 moradores das povoações próximas ao vulcão Mayon - situado cerca de 330 quilômetros ao sudeste de Manila - foram hoje evacuados diante do risco de que haja uma erupção nos próximos dias.
A operação foi recomendada pelo Instituto de Vulcanologia e Sismologia das Filipinas (PHIVOLCS), depois de a agência ter aumentado hoje o alerta em torno do vulcão ao nível 4, um grau a menos que o máximo.

O alerta 4 indica uma iminente erupção explosiva do vulcão Mayon, de 2.462 quilômetros de altitude.

Fernando Gonzales, governador de Albay, província onde fica o vulcão, disse à Efe que os evacuados são cerca de 9.000 famílias estabelecidas nas áreas vizinhas ao Mayon, o que representa um número de 40.000 a 50.000 pessoas.

"São na maioria agricultores que foram instalados em escolas e outros centros que tínhamos preparados à espera do anúncio da PHIVOLCS", disse Gonzales por telefone de Legazpi, capital da província.

O governador disse que os afetados foram levados para 31 centros de evacuação em cerca de 80 caminhões e que a operação está financiada pelo Governo central, que na semana passada desembolsou cerca de US$ 5 milhões.

Os evacuados moram em bairros próximos ao vulcão que pertencem a sete povoados (Tabaco, Malipot, Daraga, Camalig, Ligao, Guinubatan, Santo Domingo) e à cidade de Legazpi.

Gonzales esclareceu que o centro urbano de Legazpi, o principal porto da região de Bicol, está fora de perigo.

"Em Legazpi, vivem cerca de 200.000 pessoas e só foi necessário evacuar cerca de 20.000 pessoas de bairros da cidade mais próximas ao vulcão", disse o governador.

Sobre o tempo que os evacuados permanecerão nos centros de amparada, Gonzales disse que tudo depende do comportamento do vulcão.

"Na erupção de 2001, milhares de pessoas ficaram evacuadas durante dois meses. O vulcão que decidirá, e os afetados dão por assumido", disse o governador.

Junto com a operação, a área de risco foi estendida por oito quilômetros a partir da cratera, e também houve a proibição do acesso às imediações do que é o vulcão mais emblemático das Filipinas e um de seus pontos turísticos.

O Escritório Provincial de Coordenação de Catástrofes de Albay, que coordena a evacuação, começou a operação após o aumento do alerta e da erupção sucessiva hoje de seis colunas de cinza e fluxos de lava.

Além disso, nas últimas 24 horas, foram registrados 21 tremores vulcânicos, de acordo com o PHIVOLCS.

A previsão agora é de que haja uma erupção explosiva, fluxo formado por massas incandescentes de cinzas, gases e fragmentos de rocha a altas temperaturas que tornariam irrespirável o ar da província.

Segundo o vulcanólogo do PHIVOLCS Julio Sabit, uma erupação pode ocorrer em breve.

"É difícil anunciá-la com exatidão, mas o fato de que há duas semanas o Mayon continue expulsando lava e o aumento do alerta indicam que a erupção será nos próximos dias", disse o especialista.

O vulcão Mayon, conhecido como "o cone perfeito" por seu espetacular desenho cônico, faz parte da cordilheira de cerca de 330 quilômetros que se estende ao sul de Manila.

Trata-se de um dos vulcões mais ativos das Filipinas, já que registrou cerca de 50 eruções nos últimos séculos.

Data: 07/08/2006
Fonte: EFE



 
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