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Óleo volta a vazar e agrava maré negra filipina |
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O petroleiro que afundou há 10 dias no litoral das Filipinas e que causou a maior maré negra na história do arquipélago voltou a vazar petróleo hoje, o que ameaça agravar a catástrofe ecológica.
Enquanto os trabalhos de limpeza do petróleo no estreito de Guimarães (500 quilômetros ao sul de Manila) continuam e o governo filipino pede ajuda a vários países, o casco do Solar I, onde ainda permanece grande parte dos 2 milhões de litros de petróleo que transportava, começou a vazar de novo nesta madrugada.
Cerca de 200 litros de petróleo por hora saem dos tanques do navio, disse à televisão filipina o chefe do serviço de guarda costeira filipino, o vice-almirante Arturo Gosingan.
Desde que o Solar I naufragou, dia 11 de agosto, devido ao mau tempo, o mar e a costa têm sido poluídos pelo equivalente a cerca de 1,5 mil barris de petróleo. A embarcação transportava uma carga equivalente a 12,6 mil barris.
O pteroleiro se encontra a cerca de 900 metros de profundidade.
As autoridades filipinas ainda não decidiram se vão tentar trazer o navio de volta à tona ou extrair o petróleo restante de seu interior.
"Nenhuma limpeza será suficiente. Não podemos dormir enquanto o petroleiro estiver no fundo do mar", disse à imprensa o comandante da guarda costeira Harold Jarder, que dirige os trabalhos de limpeza do petróleo na região mais afetada.
A maré negra já causou prejuízos ambientais ao longo de 300 quilômetros do litoral da ilha de Guimarães, famosa por suas reservas marinhas e destino turístico por suas paradisíacas praias.
Também acabou com o meio de vida de milhares de pescadores e com as plantações locais.
A organização ecologista Greenpeace, que estava nas Filipinas com o navio Esperanza, como parte de uma campanha mundial contra a poluição marinha, avisou ao Governo filipino que o desastre demorará anos para ser remediado, e ofereceu sua ajuda.
O Esperanza chegou ao estreito de esta semana. A sua tripulação, trabalhando com técnicos da Universidade de Visayas, está trabalhando para criar barreiras nas áreas mais ameaçadas da reserva marinha de Taklong, utilizando materiais como bambu.
Segundo o Greenpeace, o arquipélago filipino é reconhecido pela comunidade científica como um dos centros mundiais da biodiversidade marinha. Mas também é um dos mais ameaçados, e o perigo de sua extinção é semelhante ao das florestas tropicais do Brasil.
O Greenpeace pediu ao Governo filipino que declare o estado de calamidade nas áreas afetadas.
"Embora possamos limpar a contaminação visível até certo ponto, os efeitos tóxicos a longo prazo podem matar mangues e corais e afetar a rica biodiversidade marinha e as vidas dos habitantes locais durante muitos anos", disse Janet Cotter, da organização ambientalista.
Uma porta-voz da empresa Petron, dona do petróleo que era transportado de uma refinaria na província de Bataan, perto de Manila, para Zamboanga, no sul do arquipélago, negou hoje que o petróleo restante no navio possa vazar. No entanto, o vice-almirante Gosingan afirmou que não há dúvida do fato.
O Ministério do Meio Ambiente e Recursos Naturais estuda processar a Petron e a transportadora Sunshine Maritime pelo vazamento. A primeira medida será cobrar das duas empresas o depósito de uma fiança milionária para pagar os trabalhos de limpeza.
O serviço de guarda costeira filipino informou hoje que especialistas dos Estados Unidos e Japão chegarão hoje para ajudar a combater a maré negra.
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Data: 22/08/2006 |
Fonte: EFE |
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