Manila acorda devastada por tufão que causou pelo menos 23 mortes
Manila luta para recuperar a normalidade após a passagem, na quinta-feira, do tufão "Xangsane", que deixou uma cidade "devastada", segundo seu prefeito, e pelo menos 23 mortos e dezenas de desaparecidos nas províncias afetadas.
Vinte e quatro horas depois de a capital filipina ser atingida pelo olho do "Xangsane" (chamado no país de "Milenyo"), amplas áreas da cidade continuam inundadas. Serviços básicos como a eletricidade ainda não foram reestablecidos.

Os escritórios governamentais e os colégios fecharam pelo segundo dia consecutivo, assim como a Bolsa de Valores. Serviços de emergências e operários de limpeza trabalham para retirar as centenas de árvores derrubadas pela força do vento, além de remover os escombros de estruturas derrubadas, que bloqueiam ruas e avenidas.

Cabos elétricos emaranhados na vegetação caem nas ruas de todos os bairros da capital, das favelas mais pobres até o poderoso distrito financeiro de Makati, muito afetado justamente por ser também um dos mais arborizados.

"É uma das piores devastações em Manila", disse à rádio local seu prefeito, Joselito Atienza.

A prefeitura de Manila declarou o estado de calamidade. O "Xangsane" também arrasou o norte do arquipélago antes de se deslocar rumo ao Vietnã.

O blecaute generalizado provocado pelos ventos e pelas fortes chuvas afeta cerca de 40 milhões de pessoas na ilha de Luzon, onde fica Manila.

A companhia Meralco não consegue reparar as linhas elétricas. O problema afeta as bombas de pressão de água, o que deixou as torneiras secas em muitos bairros.

Também não funcionam a maioria das caixas automáticos e outros serviços eletrônicos. A companhia telefônica PLDT anunciou que também há queda nos serviços de celular e internet, afetados pelo corte de energia.

A força do tufão não deixou a salvo nem o Palácio de Malacañang, cujos jardins foram transformados numa autêntica lixeira, com árvores desenraizadas e fragmentos de telhados e janelas, segundo os jornalistas credenciados na sede da Presidência. O mastro de 18,5 metros, de 1935, agüentou a investida do vento. Mas a grande bandeira filipina foi "totalmente destruída".

As províncias mais afetadas são Quezon e Albay, esta no sudeste de Luzon, onde as autoridades também decretaram o estado de calamidade.

O Escritório de Defesa Civil informou que o número de pessoas afetadas pelo tufão chega a 60.820. Os prejuízos para as infra-estruturas e o setor agrícola foram calculados em US$ 2,66 milhões.

Em meio ao caos, o número de vítimas mortais varia entre 23 e 28, segundo diferentes fontes. Também há um número indeterminado de desaparecidos.

Na localidade de General Trias, na província de Cavite, ao sul de Manila, pelo menos cinco pessoas morreram e outras 40 estão desaparecidas. As águas de um rio transbordaram e arrasaram 17 casas.

Entre as vítimas havia curiosos que olhavam como as casas eram tragadas pelas águas e que foram arrastados da mesma forma, segundo a TV local ABS-CBN. Cinco corpos foram encontrados.

Outras vítimas confirmadas do tufão são um homem no distrito financeiro de Manila e uma mulher no bairro de San Juan, também na capital. Morreram duas pessoas no município de Muntinlupa, ao sul de Manila; três na província de Antique; outras três na província de Quezon; e oito na província de Albay.

O "Xangsane" chegou na quarta-feira às Filipinas, com ventos de 130 km/h e rajadas de até 160 km/h. Mesmo debilitado um pouco antes de atingir Manila, voltou a se fortalecer esta madrugada ao sair do arquipélago e se dirigir ao Mar do Sul da China, a caminho do Vietnã.
Data: 29/09/2006
Fonte: EFE



 
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