Cientista afirma que Lua mostra a história dos impactos na Terra
O cientista francês da Agência Espacial Européia (ESA) Bernard Foing assegurou hoje que a superfície lunar pode ajudar a compreender melhor a evolução de nosso planeta, já que sobre ela ficou registrada "a história do bombardeio que atacou a Terra".
Foing, responsável pelo projeto SMART-1 da ESA e que se encontra na cidade de Valência por ocasião do 57º Congresso Internacional de Astronáutica, fez estas afirmações durante a conferência "Explorando a Lua e além. Por que e quando?".

"A teoria da moda atualmente é que a Lua é filha da Terra, ou seja, que é um pedaço do planeta azul que se partiu após a colisão com outro astro, por isso merece especial relevância o estudo dos minerais presentes no satélite", explicou.

Em sua exposição, Bernard Foing explicou alguns dos avanços desenvolvidos pelo projeto SMART-1, especialmente os que se referirem à obtenção de imagens de alta precisão da superfície lunar, e esboçou qual será o "roteiro" que será seguido pela ESA quanto a sistemas de prospecção espacial.

Neste sentido, assegurou que a Lua pode ser o laboratório de experimentação para testar novas tecnologias e projetos que irão evoluir dos robôs teleguiados às missões tripuladas.

Foing destacou a importância da colaboração com outras agências espaciais, como a indiana, a norte-americana, a japonesa ou a russa, no desenvolvimento deste "roteiro", que poderia ter como objetivo mais evidente a missão tripulada que a Nasa planeja fazer em 2018.

"A informação que nos enviou a SMART-1, até sua colisão com a superfície lunar, serviu para estudar os materiais que compõem a Lua, os processos vulcânicos que aconteceram, sua paisagem e determinadas áreas que estão permanentemente iluminadas pelo Sol e que, em conseqüência, podem ser plataforma de aterrissagem de futuras missões", destacou o cientista.

Além disso, ressaltou que o choque controlado da SMART-1 com a Lua, que marcou o fim do projeto de prospecção, foi uma "experiência impactante", já que o brilho da explosão foi detectado por dezenas de observatórios aqui da Terra e no futuro servirá para estudar a evolução da cratera que deixou.

Por outro lado, Foing arriscou dizer à EFE que na viagem à Lua prevista em 2020, uma mulher deveria ser a primeira a pisar em sua superfície, já que os doze astronautas que estiveram lá anteriormente foram homens.

O especialista explicou que a nave lunar seria como uma espécie de "táxi espacial", que levaria quatro astronautas, e depois um "módulo de aterrissagem" levaria dois deles à superfície.

A viagem até a órbita lunar, anunciou o cientista, durará três dias e uma vez na Lua, os dois astronautas poderão ficar duas semanas, embora seja estudada a possibilidade de que em outras missões se aumente a estadia em vários meses.

Foing destacou que a partir de 2020 poderia estabelecer-se uma base neste satélite, primeiro como um posto avançado e depois como uma base permanentemente tripulada.

"Seria o primeiro passo do homem para viver em outro planeta, com a permanência humana que poderia crescer até se construir uma colônia, primeiro de umas 50 pessoas, e mais tarde a ponto de construir cidades", disse.
Data: 05/10/2006
Fonte: EFE



 
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