Chineses rebatem teorias sobre fim de geleiras do Himalaia
Uma equipe de cientistas chineses, com o apoio de especialistas da Índia, Nepal e Butão, que analisa as mudanças na cordilheira do Himalaia nas últimas décadas, afirmou hoje que as geleiras estão derretendo, mas não tão rápido quanto acreditavam os mais alarmistas.
Os especialistas, que atualmente se encontram na zona nordeste da cordilheira, na região autônoma do Tibet, disseram à imprensa oficial que as geleiras estão diminuindo mais devagar do que se pensava.

Nos anos 80, com a descoberta de fenômenos como o aquecimento global e o efeito estufa, especialistas em meio ambiente afirmaram que zonas geladas como os pólos e o Himalaia seriam as primeiras afetadas pela elevação das temperaturas no planeta.

Alguns chegaram a prever que as geleiras da cordilheira, onde estão os montes mais altos do planeta, derreteriam dentro de 50 anos, e até 2020 teriam desaparecido totalmente.

Zhang Wenjing, um dos especialistas da atual expedição, disse que as previsões foram "excessivamente pessimistas" e que "por enquanto as geleiras no centro e leste do Himalaia não sofreram degelos em grande escala".

Em declarações à agência "Xinhua", Zhang observou que não houve inundações dos lagos nas regiões próximas ao Himalaia, uma possibilidade esperada pelos cientistas. Ele acredita que as grandes massas de gelo "não derreterão nas próximas décadas, nem sequer em séculos".

O cientista também disse que a temperatura da Terra não aumentará indefinidamente, e em questão de séculos baixará de novo, seguindo os ciclos freqüentes. Ele admitiu até o início, dentro de milhões de anos, de uma nova era glacial como as da pré-história.

Zhang acrescentou que num planeta onde as temperaturas estão mudando as geleiras poderão ajustar e moderar de forma natural os efeitos do aquecimento global.

A China tem 47 mil geleiras, que ocupam uma área total de 59 mil quilômetros quadrados.

A equipe formada por 12 cientistas chineses está no Tibet desde o dia 16. Será a primeira a investigar todo o Himalaia em seu conjunto, graças à colaboração com países vizinhos.

A pesquisa se centra em mudanças geológicas e do ecossistema na região, mas também analisará o desenvolvimento econômico das zonas montanhosas.

No ano 2002, um relatório da ONU alertou para a possibilidade de que 44 lagos do Himalaia transbordassem como conseqüência do aquecimento climático global, com grande perigo para os habitantes do Tibet.
Data: 18/10/2006
Fonte: EFE



 
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