EUA insistem em "frear" emissões, não em reduzi-las
A subsecretária americana de Democracia e Assuntos Globais, Paula Dobriansky, frisou hoje em que a postura dos Estados Unidos é "frear" as emissões dos gases causadores do efeito estufa, não reduzi-las.
"Buscamos desacelerar e frear as emissões", disse Dobriansky, a máxima representante da Administração americana na reunião de alto nível da Convenção sobre Mudança Climática em curso em Nairóbi.

"Achamos que é preciso abordar o problema (da mudança climática) colocando-o num contexto mais amplo. Múltiplas soluções são melhores que apenas um plano", afirmou.

Os EUA, responsáveis por entre 20% e 24% das emissões dos gases causadores do efeito estufa, segundo a ONG Amigos da Terra, não ratificou o Protocolo de Kyoto.

O tratado, em vigor desde 16 de fevereiro de 2005, impõe às nações industrializadas limites obrigatórios de emissões de dióxido de carbono (causadores do efeito estufa), com o objetivo, entre 2008 e 2012, de reduzi-las mundialmente em 5,2% em relação aos níveis de 1990.

Dobriansky não se sentiu tocada com as declarações do secretário-geral da ONU, Kofi Annan, que disse na abertura da fase de alto nível da conferência que observa uma "aterrorizadora falta de liderança" na luta internacional contra a mudança climática.

Annan disse que "os países industrializados não podem continuar aumentando suas emissões de forma descontrolada" e que a principal responsabilidade de atuar contra a mudança climática "recai especialmente sobre os Estados que contribuem para a acumulação de dióxido de carbono na atmosfera".

Dobriansky disse que os EUA estão mostrando liderança "através de diversas iniciativas" e assegurou que concorda com Annan em que a luta contra o aquecimento global "está inter-relacionada com a erradicação da pobreza e uma maior eficiência energética".

Sobre a proposta apresentada segunda-feira pelo primeiro-ministro da França, Dominique de Villepin, sobre a imposição de uma "taxa de carbono" às importações de produtos industriais procedentes dos países que não ratificaram o Protocolo de Kyoto, Dobriansky declarou que não acredita que esse seja "o enfoque mais construtivo ou mais efetivo".

Data: 16/11/2006
Fonte: EFE



 
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