Greenpeace vence batalha legal contra plano...
Londres, 15 fev (EFE) - A organização ambientalista Greenpeace venceu hoje mais uma batalha legal que obrigará o Governo britânico a rever seu controverso plano para a construção de novas usinas de energia nuclear no Reino Unido.

O Tribunal Superior de Londres apoiou os argumentos da organização não-governamental ao estabelecer que o processo de consultas realizado pelo Executivo em janeiro de 2006, antes de se pronunciar a favor deste tipo de energia, foi "seriamente errado" e "injusto".

A decisão do tribunal, que cabe recurso, significa que o Governo de Tony Blair deverá reabrir um processo de consultas que, no final, deverá definir a posição do Executivo sobre o futuro energético do Reino Unido.

Após terminar o período de consultas iniciais, o Governo trabalhista elaborou um relatório denominado "O Desafio Energético".

No documento, o Executivo britânico expressava sua opinião de que "novas estações de energia nuclear dariam uma contribuição significativa" aos seus objetivos energéticos que, entre outras coisas, incluem a redução das emissões de carbono.

Ao apresentar seu pedido de revisão judicial do processo, o Greenpeace alegou ao juiz que o Governo não havia cumprido sua promessa de garantir "uma grande consulta pública".

Segundo a organização, o texto submetido à consulta não continha propostas claras e informações importantes em assuntos fundamentais, como os gastos de construção de novas usinas nucleares ou como seriam eliminados os resíduos radioativos.

O tribunal apoiou estas alegações e acrescentou que a informação sobre resíduos "não apenas era inadequada, mas também enganosa".

O ministro de Comércio e Indústria, Alistair Darling, respondeu a acusação dizendo que o debate e o relatório eram apenas uma parte de um processo mais longo que garantiria a plena consulta.

Após a decisão judicial, o Governo "deverá voltar ao ponto de partida e analisar como satisfazer nossas necessidades energéticas e reduzir as emissões de carbono", afirmou uma porta-voz do Greenpeace, Emma Gibson.

"Isso não será possível através da energia nuclear, mas com uma atualização de nosso sistema energético e com o aumento do uso das energias renováveis", acrescentou Gibson.

Em 2003, o próprio Governo reconheceu que a opção da energia nuclear era "pouco atraente" e seria preciso realizar "uma consulta pública a mais ampla possível" antes de poder tomar uma decisão sobre a suposta construção de novas usinas.

O juiz do Tribunal Supremo disse hoje que "alguma coisa aconteceu de forma radicalmente má" no decorrer do processo.

Segundo o Governo, suas propostas para o desenvolvimento energético, que devem estar concluídas em março e que incluem a construção de uma nova geração de instalações nucleares, reduzirão consideravelmente as emissões de carbono até 2020.
Data: 16/02/2007
Fonte: EFE



 
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