Aquecimento global também reduz colheitas, aponta estudo
Washington, 15 mar (EFE).- O aquecimento global também provocou uma perda na colheita de produtos essenciais para a dieta dos seres humanos em todo o planeta, revelou hoje um estudo divulgado pela revista "Environmental Research Letters".

Segundo pesquisadores do "Carnegie Institution" e do Laboratório Nacional Lawrence Livermore dos Estados Unidos, o aumento das temperaturas significou uma perda de US$ 5 bilhões.

Entre 1981 e 2002, o aquecimento global reduziu a produção combinada de trigo, milho e cevada para cerca de 40 bilhões de toneladas métricas ao ano.

Segundo os cientistas, seu estudo demonstra que a redução é originada no aquecimento global causado pela atividade humana no planeta e que seus efeitos são imediatos.

"A maior parte das pessoas pensa que a mudança climática é algo que terá um impacto futuro", manifestou Christopher Field, um dos autores do estudo e diretor do Departamento de Ecologia Global do Carnegie Institution.

"Este estudo constata que o aquecimento registrado nas últimas duas décadas já tem conseqüências reais na provisão alimentícia mundial", acrescentou.

A conclusão dos cientistas se baseou em um estudo comparativo de números de produção gerados pela Organização da ONU para a Agricultura e a Alimentação (FAO) e as precipitações pluviais nas principais regiões agrícolas do mundo.

Os cientistas manifestaram que as colheitas de vários produtos responderam negativamente às temperaturas mais altas e se reduziram entre 3% e 5 % por cada grau Fahrenheit de aumento (0,17 graus centígrados).

"Embora o impacto é relativamente menor comparado com o aumento da produção devido ao progresso tecnológico, os resultados demonstram que os efeitos negativos estão se fazendo sentir", disse David Lobell, outro dos autores do estudo e cientista do Laboratório Nacional Lawrence Livermore.

Os cientistas concentraram sua investigação nas colheitas mundiais de trigo, arroz, milho, soja, cevada e sorgo, que representam perto de 55% das calorias não derivadas da carne consumidas pelos seres humanos.
Data: 16/03/2007
Fonte: EFE



 
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