Combate ao aquecimento é 1º objetivo de Fórum
O Fórum Humanitário Mundial nasceu hoje oficialmente em Genebra, sob a égide do ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan e com o combate à mudança climática como primeiro objetivo.
"Faço um apelo ao compromisso, faço um apelo à responsabilidade, faço um apelo à ação, faço um apelo à conscientização sobre a mudança climática", disse o ganês Annan ao apresentar a nova entidade. Hoje, ele reuniu o primeiro conselho executivo do Fórum, que pretende unir diferentes atores que trabalham no âmbito humanitário.

Do Conselho - formado por 21 pessoas, seis delas mulheres - participam entre outros o ex-presidente do Chile Ricardo Lagos, e três prêmios Nobel da Paz: o próprio Annan (2001), o bengali Muhammad Yunus (2006) e o indiano Rajendra Pachauri, do IPCC (2007). A presença de Pachauri foi uma das mais destacadas, já que ele recebeu o Nobel há apenas cinco dias por seu trabalho à frente do Painel Intergovernamental da ONU sobre Mudança Climática (IPCC).

"Apesar de que agora paremos de poluir, a mudança climática continuará. Devemos agir já. Temos um claro conhecimento do que devemos fazer, agora é preciso começar", declarou Pachauri. No ato de lançamento do Fórum havia mais de 300 pessoas, entre o ex-primeiro-ministro de Portugal e atual Alto Comissariado da ONU para os Refugiados, António Guterres, e o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio, Pascal Lamy.

Em seu discurso de apresentação, Annan agradeceu à Suíça em geral e à presidente e ministra do Exterior do país, Micheline Calmy-Rey, em particular, "por ter não só proposto, mas também sustentado a idéia" de criar o Fórum. A Suíça, por enquanto, pagou o investimento inicial da entidade e o funcionamento atual.

"Os temas humanitários são cada vez mais complicados e precisam de respostas globais. Para reforçar as capacidades atuais, o fórum vai ter um papel essencial", disse o ex-secretário-geral da ONU. A idéia é criar vínculos entre os organismos já existentes para que trabalhem coordenadamente. "Podemos conseguir mais se trabalharmos unidos", disse Annan em alusão às agências da ONU, às ONGs, aos militares e às empresas, a quem pedirá ajuda não só na ação, mas também na contribuição de recursos.

"Vamos precisar de muitos recursos para enfrentar as crises humanitárias em geral e o combate à mudança climática em particular", declarou. "Eu acho que vai funcionar. A ONU às vezes é absolutamente ineficaz, os diferentes organismos não se coordenam, e Annan tem uma extraordinária capacidade de poder resolver esse problema e coordenar as agências com outras entidades e com os Governos", afirmou o relator especial das Nações Unidas para o Direito à Alimentação, Jean Ziegler.

Diferentes participantes destacaram que o Fórum Humanitário teria uma posição intermediária entre o Fórum Econômico Mundial e o Fórum Social Mundial, por sua capacidade de unir critérios e trabalhar em todos os âmbitos. Mas o diretor-executivo do Fórum Econômico Mundial, André Schneider, negou que exista esse lugar intermediário.

"Há tantos problemas humanitários que o importante é que todos nós atuemos e que alcancemos maior colaboração. No final das contas, é insignificante em que posição se situa", argumentou. O conselho executivo do Fórum se reunirá periodicamente. Uma vez por ano, haverá um grande encontro dos dirigentes máximos. O primeiro será em Genebra em junho de 2008.

Data: 19/10/2007
Fonte: EFE



 
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