Aquecimento causou recorde de catástrofes em 2007
O número de catástrofes naturais no planeta cresceu 20% em 2007, atingindo a cifra recorde de mais de 500, informa nesta quinta-feira a Federação Internacional da Cruz Vermelha, que atribui o fenômeno ao aquecimento global. Em 2006, a Federação registrou 427 catástrofes naturais, e no período anterior, entre 2004 e 2006, a alta foi de 70%, segundo o relatório anual sobre o tema.
"As cifras confirmam a tendência dos últimos anos", disse Markku Niskala, secretário-geral da Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho.

Durante os últimos dez anos (de 1997 a 2006), o número de catástrofes aumentou em 60% em relação à década anterior (1987 a 1996), passando de 4.241 para 6.806.

O número de mortos duplicou entre os dois períodos, passando de 600 mil a 1,2 milhão. "O número de desastres naturais pode chegar este ano ao recorde de 500 catástrofes, devido em grande parte ao efeito da mudança climática", disse o diretor de Coordenação e Programas da organização, Thomas Gurtner.


O relatório se baseia nos números do Centro para as Investigações sobre Epidemiologia e Desastres (CRED). E revela que em 2006 houve 427 desastres naturais. Em 2005, foram 433.

Além disso, o texto diz que o número de desabrigados por desastres naturais em 2006 foi de cerca de 142 milhões, 10% a menos que no ano anterior. Morreram 23.833 pessoas, quase 75% a menos que em 2005.

No ano passado houve 297 desastres tecnológicos (vazamentos de gases ou compostos químicos tóxicos), 20% a menos que em 2005. Eles causaram a morte de 9.900 pessoas, queda de 15% em relação ao ano anterior. No entanto, o número de pessoas afetadas subiu de 100 mil para 172 mil.

O texto especifica que em 2006, o número de mortos por desastres naturais ou tecnológicos foi de 33.733, o número mais baixo no período entre 1997 e 2006.

O caso mais mortífero do ano foi o terremoto de maio, em Yogyakarta, na Indonésia, que custou 5.778 vidas.

O relatório pede a atenção dos Governos para os casos de discriminação durante os desastres, que muitas vezes, mesmo sem uma intenção expressa, prejudica os menos favorecidos da sociedade.

"O aumento do número de desastres refletiu uma forte presença de casos de discriminação. A Federação procura evitar isso com planos de resposta rápida e flexível", disse Gurtner.

discriminação após os desastres é muito mais freqüente contra as mulheres e grupos vulneráveis, como pessoas incapacitadas e imigrantes ilegais, e piora entre populações mais pobres", acrescentou.

Data: 13/12/2007
Fonte: Redação Terra



 
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