Bairros nobres enfrentam rodízio de água
Dez bairros das regiões sul, centro e oeste de São Paulo amanhecem hoje sem água devido ao rompimento de uma adutora da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado) na rua Frei Caneca, no centro da cidade.

Segundo a companhia, o corte afeta 50 mil pessoas nos bairros de Higienópolis, Pacaembu, Consolação, Sumaré, Sumarezinho, Vila Madalena, Vila Pompéia, Jardim das Bandeiras, Campos da Escolástica e Bairro da Urbanizadora.

Ontem, também ficaram sem água outros 48 mil moradores de nove bairros: Jardim América, Jardim Europa, Jardim Paulistano, Pinheiros, Itaim Bibi, Vila Olímpia, Vila Nova Conceição, Vila Primavera e Chácara Itaim.

Segundo o gerente do departamento de manutenção da Sabesp, Márcio Coelho, a tubulação deve ser consertada até o fim da tarde de hoje e a previsão é que o serviço seja normalizado amanhã. A causa do acidente só será apontada após a análise do material que cedeu e da oscilação de pressão na rede na hora do rompimento.

Coelho disse ainda que o fluxo no sistema foi desviado para atender a parte das 270 mil pessoas afetadas inicialmente, em pelo menos 25 bairros. Hospitais e delegacias estão entre as localidades com fornecimento preferencial, segundo o gerente. Informações sobre o rodízio de água podem ser obtidas pelo telefone 195.

Ontem à tarde, moradores dos nove bairros afetados ainda não tinham sofrido os efeitos do rodízio, já que, em muitos casos, as caixas-d'água comportavam a demanda. Clubes como Pinheiros e A Hebraica e o shopping Iguatemi mantinham o abastecimento.

Mas no salão de cabeleireiros Evolução, na rua Cardeal Arcoverde, em Pinheiros (zona oeste), foi preciso comprar água mineral para lavar o cabelo das clientes.
Sem água, o banheiro foi usado apenas por funcionários. "Juntamos a água com que fazemos unhas e jogamos no vaso sanitário", contou a gerente, Nazaré Monteiro, 36.

Segundo ela, uma cliente desistiu de fazer escova por achar um desperdício lavar o cabelo com água mineral.

Na Vila Nova Conceição (zona sul), um edifício na rua Domingos Leme com nove apartamentos, um por andar, se mantinha com as quatro caixas-d"água. "Mas, se amanhã continuar o problema, terei de interfonar para todos", disse o zelador, Jurandir Barbosa.

Já o porteiro Gervásio Oliveira, que trabalha em um prédio da rua Mourato Coelho, em Pinheiros, preferiu alertar logo os moradores dos 22 apartamentos. "Quando cheguei e vi que não tinha água, avisei para todo mundo."

Anteontem, o vazamento fez surgir uma cratera no meio da Frei Caneca, no quarteirão entre as ruas Penaforte Mendes e Dona Antônia de Queirós. Ontem, técnicos da Sabesp trabalhavam no escoramento da vala com vigas metálicas para permitir a substituição do trecho danificado.

Por causa da interdição do trecho, o tráfego foi desviado para as ruas Penaforte Mendes, Herculano de Freitas e Barata Ribeiro.
Data: 24/01/2006
Fonte: Folha OnLine



 
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