Retrospectiva 2009 – A importância da preservação da Amazônia e da floresta em pé
A importância da floresta para o equilíbrio do clima. Em janeiro, o pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Antonio Nobre, destacou que a Amazônia tem papel fundamental no equilíbrio do sistema hidrológico da região. Segundo ele, a Amazônia chega a jogar na atmosfera 20 bilhões de toneladas de água em forma de vapor, por dia.

A importância do clima para o equilíbrio da floresta. As mudanças climáticas podem alterar o cenário da floresta. Se o aumento na temperatura chegar a 4C, 85% da floresta poderá ser afetada.

Aumento no desmate. Depois de um ano em vigor do plano emergencial para combate ao desmatamento, lançado em janeiro de 2008 nos 36 municípios que mais desmatavam a Amazônia, as derrubadas cresceram 52% em 14 dessas cidades. Ainda de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Inpe, a redução média, geral, foi de 7%.

Um relatório do Programa da ONU para o Meio Ambiente, Pnuma, apontou que em apenas cinco anos, 17% da Floresta Amazônica foi destruída. A maior parte do desmatamento ocorreu na porção brasileira da floresta. Como consequência, o desmatamento provocou a extinção de 26 espécies de animais e plantas até 2006, e colocou outras 644 espécies em risco.

Recordista

O Brasil é um dos países que, proporcionalmente, tem menos parques e reservas na Amazônia. A revelação fez parte de um mapa elaborado pela Rede Amazônica de Informação Socioambiental Georreferenciada (Raisg), formada por diversas ONGs da América do Sul. Outro levantamento apontou também que do total do desmatamento ocorrido em todo o planeta de 2000 a 2005, 42% ocorreu no Brasil. Foram 3,1 milhões de hectares de florestas, por ano, neste período.

Além do desmatamento, o esgoto ameaça os igarapés na Amazônia. “Na maior parte de Manaus o esgoto não é tratado. Há muitas invasões, mas também o hábito de morar na beira dos igarapés”, relatou o biólogo, Jansen Zuanon, pesquisador do Projeto Igarapés, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).

Absorção x emissão

A floresta pode ter deixado de absorver carbono. Em março um pesquisador brasileiro afirmou ainda que a floresta está emitindo o gás no ambiente. (Após estiagem, Amazônia não é mais capaz de frear aquecimento global). Em outubro, AmbienteBrasil divulgou “EXCLUSIVO: Estudo revela que Floresta Amazônica pode estar absorvendo menos carbono”, com base em dados de pesquisa do Inpa.

Regularização fundiária

Em março, um geógrafo divulgou um estudo que analisava os problemas da questão agrária. Leia a notícia completa em “Estudo mostra fronteira agropecuária na Amazônia”. De acordo com o pesquisador, não é preciso derrubar mais nenhuma árvore na Amazônia ou em qualquer outro bioma.

Soja

A moratória da soja, em que as empresas que integram a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), não comprariam soja produzida em áreas desmatadas da Amazônia, não foi integralmente cumprida.

Frigoríficos

Multas, “boicote” e um acordo. Empresas ligadas à criação de gado na região amazônica se comprometeram a se adequar às normas ambientais, depois de protestos e de um “boicote” aos seus produtos. Empresas passaram a exigir comprovação de que os animais abatidos não eram criados em áreas desmatadas.

Polêmica

Imagens de satélites analisadas pela ONG Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia) mostraram a queda no ritmo do desmatamento divulgada pelo governo. Em novembro o instituto divulgou que no mês de setembro foram registrados 216 km² de floresta totalmente derrubada, o que representou queda de 33% em relação ao mesmo período de 2008, quando a Amazônia perdeu 321 km². Chegou-se a questionar os números divulgados. Leia mais em “Sema diz que não fez pressão por mudança” e “Trabalho original foi alterado após governo criticar dados”.

Anistia

O perdão da dívida. Um decreto do governo federal criou o “Programa Mais Ambiente”, que vai cadastrar propriedades rurais que não estão em dia com a legislação ambiental. As multas poderão ser perdoadas, mas não para os grandes desmatadores, afirmou o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.

Custo

O preço da destruição. Uma pesquisa contabilizou o custo para zerar o desmatamento na Amazônia até 2020. Serão necessários de U$ 6,5 bi a U$ 18 bi.
Data: 14/01/2010
Fonte: AmbienteBrasil



 
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