Pesquisadora da UFSC cria técnica capaz de impedir a infecção de mancha branca em camarões
Uma técnica desenvolvida por uma pesquisadora da Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC, pode ser a solução par um dos problemas que afligem os criadores de camarões. A mancha branca é uma doença que atinge os animais, deixando a carapaça esbranquiçada e levando à morte.

Em todo o mundo, o prejuízo causado pela doença supera R$ 10 bilhões de dólares. Uma das alternativas, aplicadas até agora, é o isolamento e morte dos camarões infectados.

A nova metodologia, desenvolvida a partir da dissertação de Cristhiane Guertler, no Programa de Pós-Graduação em Aquicultura, utiliza a técnica de do RNA de interferência. Nos experimentos, mais de 70% dos camarões sobreviveram e deixaram de portar o vírus da síndrome da mancha branca.

O RNA de interferência é um das defesas naturais do sistema imunológico e está presente em todos os animais e plantas.

A espécie estudada foi a Litopenaeus vannamei, a mais cultivada no mundo, inclusive no Brasil.

Inicialmente, a pesquisadora produziu um RNA dupla fita com uma sequência homóloga ao gene que codifica uma proteína específica do vírus WSSV, chamada de VP28. Os organismos eucariontes, que apresentam células complexas, geralmente não possuem RNA dupla fita de cadeia longa, assim que injetada no camarão essa estrutura, o organismo reconhece como estranha e ativa o sistema antiviral.

Em seguida, foi injetado o vírus da mancha branca e os complexos enzimáticos impediram a síntese da proteína do vírus. A infecção, então, regrediu até desaparecer. “Todos aqueles que só foram infectados com o vírus, sem receber a injeção com o RNA dupla fita, morreram em cinco dias”, explicou a pesquisadora.

O vírus apareceu no Brasil, em 2004, na cidade de Laguna, em Santa Catarina, causando um prejuízo de R$ 6 milhões em todo o estado.
Data: 07/07/2010
Fonte: http://noticias.ambientebrasil.com.br



 
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