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Tempestade Alberto perde força após atingir a Flórida |
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O Alberto, o primeiro ciclone de uma temporada de furacões no Atlântico que promete ser agitada, perdeu força nesta quarta-feira, transformando-se em uma depressão tropical, depois de fazer chover muito sobre a Flórida.
Uma tempestade tropical ao atingir o noroeste do Estado, o Alberto cruzou a Flórida deslocando-se para a Geórgia e a Carolina do Sul. Às 5h (6h em Brasília) a tempestade estava sobre a Carolina do Sul e a velocidade de seus ventos havia diminuído para 56 quilômetros por hora.
O Alberto dirigia-se para o nordeste a uma velocidade de 34 quilômetros por hora e, nas próximas 24 horas, pode ganhar força novamente.
O Centro Nacional de Furacões dos EUA disse que a tempestade havia feito cair de 5 a 10 centímetros de chuva na Carolina do Norte e no sudeste da Virgínia. O órgão norte-americano acrescentou ainda que tornados isolados poderiam atingir os dois Estados.
O Alberto ameaçava transformar-se no primeiro furacão do ano sobre as águas quentes do golfo do México, um lembrete desagradável de que a temporada havia começado e de que podem acontecer novamente tempestades monstruosas como o furacão Katrina, que devastou Nova Orleans em 2005.
O Alberto subiu ao continente perto da praia Adams, 81 quilômetros a sudeste da capital do Estado da Flórida, Tallahassee, provocando fortes chuvas e alguns ventos em uma área de pouca densidade demográfica e sujeita a enchentes.
"Eu caracterizaria o Alberto como uma tempestade caprichosa", afirmou Ben Nelson, meteorologista do Estado.
As estradas e as áreas de estacionamento costeiras da Flórida ficaram alagadas e algumas casas e lojas, danificadas.
"Não acho que seja algo grave. Acho que se trata de casas que estão meio acostumadas a ter água dentro delas", afirmou Mark Johnson, diretor da área de emergência do condado Levy.
Pouco antes de atingir o continente, a velocidade máxima dos ventos sustentados da tempestade era de 85 quilômetros por hora. O Alberto havia chegado perto de atingir a marca de 119 quilômetros por hora, a partir da qual se transformaria em um furacão.
Segundo autoridades da Flórida, não foi registrada nenhuma morte. Cerca de 11 mil pessoas ficaram sem energia elétrica e cerca de 4.300 casas, sem telefone. Mas os serviços estavam sendo restabelecidos rapidamente.
INCÊNDIOS FLORESTAIS APAGADOS
O Alberto despejou mais de 13 centímetros de chuva sobre algumas áreas da Flórida, apagando incêndios florestais que queimavam havia semanas em meio a uma primavera seca.
O aguaceiro trouxe alívio para os plantadores de laranja da Flórida, mas autoridades do setor agrícola estavam preocupadas com a indústria de moluscos de água salgada, sensível a enchentes de água doce.
O governador da Flórida, Jeb Bush, declarou estado de emergência na segunda-feira, mas parecia mais tranquilo na terça, quando as ordens de retirada foram suspensas.
O caminho seguido pelo Alberto levou-o ao extremo leste, atrapalhando as atividades nas plataformas de gás e petróleo, bastante atingidas pela violenta temporada de furacões do ano passado. Em 2005, foram registradas 28 tempestades tropicais, das quais 15 transformaram-se em furacões.
Especialistas prevêem uma temporada mais agitada que a média neste ano, com até 17 tempestades tropicais.
Segundo meteorologistas, o Atlântico embarcou em um período de dez anos de grande atividade de furacões, com implicações potencialmente sérias para os setores energético e de seguros e para as pessoas que moram nas centenas de quilômetros da vulnerável costa norte-americana.
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Data: 14/06/2006 |
Fonte: Reuters |
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