Grupo de consumidores questiona conceito de ‘economia verde’
O conceito de “economia verde”, um dos focos dos debates que tiveram início nesta quarta-feira (13) na Rio+20, é a principal preocupação de organizações internacionais de consumidores que fazem parte do debate de grupos da sociedade civil na conferência.

Em entrevista coletiva concedida nesta tarde no Riocentro, o diretor de políticas do grupo Consumers International, Luis Eduardo Flores Mimica, explicou que há uma divisão de opiniões sobre o conceito, e que há ONGs que rejeitam completamente a ideia, enquanto outros grupos acreditam que ela pode se encaixar à própria ideia de sustentabilidade.

“Para alguns grupos, o conceito está muito ligado à orientação de negócios”, disse, explicando que há um interesse em voltar a ideia a todas as pessoas. Segundo ele, entretanto, há uma outra interpretação, que acredita de forma mais ampla que a economia verde é uma possibilidade de integrar negócios e fazer a economia trabalhar para o povo. “Essa é a nossa ideia de sustentabilidade. Significa que a economia é um instrumento de bem-estar”, disse. “Nossa expectativa é começar um processo de fazer a economia trabalhar para o povo, em vez do contrário.”

A definição de “economia verde” é um dos focos dos debates que acontecem durante a conferência de sustentabilidade no Rio de Janeiro. Ela gira em torno de oportunidades de negócios que levem em conta os conceitos do desenvolvimento sustentável.

Segundo Mimica, é a primeira vez que acontece um debate internacional sobre o conceito com participação de grupos de consumidores. Os debates vão ocorrer ao longo dos próximos dias, a fim de alcançar um acordo sobre a definição do conceito. “Nossa preocupação é saber o que vai ser esta ‘economia verde’ e isso gera muita discussão, mas precisamos prestar atenção e nos aprofundar no assunto.”

A Consumers International é uma federação global de grupos de consumidores que reúne 220 organizações de 115 países com foco em consumo sustentável. O grupo faz parte dos debates de membros da sociedade que ocorrem durante todos os dias da Rio+20, e que deve incluir representantes de ONGs de defesa dos direitos humanos, de mulheres, de jovens, de grupos indígenas e dezenas de outros, além de atores economicos, acadêmicos e pesquisadores que debatem sustentabilidade.

Além de enfatizar a importância dos debates, Mimica explicou que a federação que representa defende que os métodos para se calcular o Produto Interno Bruto (PIB) dos países seja repensado, assim como foi defendido por cientistas durante o Fórum de Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Sustentável, que acontece na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Para alguns pesquisadores, a medição da economia apenas pelo PIB prejudica o meio ambiente. “O modelo atual nos faz caminhar para o desastre”, disse Mimica.
Data: 15/06/2012
Fonte: G1



 
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