Aumento do nível dos oceanos é irreversível, aponta pesquisa
Mesmo que haja cortes profundos nas emissões dos gases de efeito estufa (GEE) e que a temperatura média do planeta seja reduzida, o aumento do nível dos oceanos será inevitável, segundo um novo estudo de cientistas especializados em meio ambiente. A pesquisa, publicada na Nature Climate Change, ressalta, contudo, que tal processo pode ser desacelerado.

"Mesmo com uma mitigação agressiva, que limitaria o aquecimento global a menos de 2°C acima dos valores pré-industriais até 2100, e com o aumento natural da temperatura nos séculos 22 e 23, o nível dos mares continuaria a subir depois de 2100", aponta o estudo. Isso ocorre porque conforme o oceano se aquece, a água se expande e o calor se espalha por todas as regiões marítimas.

Uma vez a temperatura da superfície do oceano entre em declínio, o calor ainda seria conservado sob a água, provocando o aumento dos níveis. A situação da temperatura e o derretimento das calotas polares são apenas mais um dos fatores que contribuem para o problema.

Os cientistas calcularam que, se os cortes de emissões forem capazes de reduzir as temperaturas globais em 0,83°C até 2100 e 0,55°C até 2300, o nível dos oceanos ainda aumentará até 14,2 cm até 2100 e até 24,2 cm até 2300 - por conta da expansão térmica.

Por outro lado, se as emissões forem pouco reduzidas, as temperaturas poderiam subir até 3,91°C até 2100 e os nível da água poderia aumentar 32,3 cm no primeiro século, chegando a quase 140 cm 200 anos depois. "Embora o aumento do nível dos oceanos não possa ser cessado nos próximos séculos, é possível desacelerar o processo, ganhando tempo para que as medidas de adaptação necessárias sejam tomadas", destacam os pesquisadores. Uma série de estudos mostra o papel dos GEE no aumento da temperatura global. Esses gases foram responsáveis pelo aumento de 0,17°C por década de 1980 a 2010 e pelo aumento de 2,3 mm do nível do mar por ano de 2005 a 2010.

A elevação do nível dos oceanos ameaça cerca de um décimo da população mundial - muitas dessas pessoas moram em ilhas sob risco de inundação, como locais do Caribe e da região do Pacífico na Ásia.
Data: 04/07/2012
Fonte: Terra



 
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