‘Fertilização’ de oceano pode ajudar a conter aquecimento global, diz estudo
Um novo experimento busca “fertilizar” os oceanos com sulfato de ferro para favorecer a proliferação de fitoplâncton – organismos microscópicos, como algas, que vivem próximo à superfície e servem de alimento para muitos animais. O objetivo é fazer com que esses seres capturem o gás carbônico (CO2) do fundo do mar e possam se tornar uma eventual maneira de combater o aquecimento global.

A pesquisa está descrita na revista “Nature” desta semana e foi feita durante cinco semanas na Antártica. O trabalho é considerado pelos autores uma das provas mais detalhadas da fertilização dos oceanos, prática proibida pela legislação internacional, mas liberada para fins científicos.

De acordo com o pesquisador Michael Steinke, da Universidade de Essex, no Reino Unido, o fitoplâncton faz fotossíntese assim como as plantas em terra firme, armazenando CO2 e liberando O2, o que ajudaria a manter a temperatura ambiente.

Segundo os estudiosos, a proliferação de algas unicelulares chamadas diatomáceas atingiu o pico um mês após o início da experiência. Posteriormente, houve uma significativa mortalidade dessa espécie, o que formou uma massa viscosa, incluindo material fecal do zooplâncton – como peixes, crustáceos e águas vivas –, que rapidamente submergiu para o fundo do oceano.

Os autores dizem que pelo menos metade dessa biomassa já deve ter ultrapassado 1 km de profundidade e uma porção chegou às profundezas. Depois que o fitoplâncton morre, pode ficar por vários anos preso aos sedimentos no fundo do mar.

Apesar da descoberta, Steinke acredita que a técnica não será usada em larga escala para amenizar a mudança climática, pois encontrar o lugar adequado para esses trabalhos é difícil e custa caro.

Em 2007, especialistas da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês) alertaram sobre os riscos dessa técnica, especialmente para o ambiente marinho, um aspecto ausente no estudo publicado esta semana.

Em outra pesquisa, feita em 2004 nos mares do sul por uma equipe liderada pelo cientista Victor Smetacek, do Instituto de Investigação Marítima, em Bremerhaven, na Alemanha, não foi possível avaliar com precisão a duração dessa captura de CO2.
Data: 20/07/2012
Fonte: Globo Natureza



 
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