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Países em desenvolvimento também têm que cortar emissões, diz estudo |
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Ainda que os países industrializados deixem de emitir gases-estufa em 2030, nações em desenvolvimento também devem reduzir suas emissões para conter a elevação da temperatura em 2 ºC, diz estudo divulgado nesta terça-feira (4), realizado por três economistas, entre eles o britânico Nicholas Stern, da London School of Economics.
A pesquisa reconhece a “desigualdade profunda” entre países ricos, que “construíram seu crescimento utilizando combustíveis fósseis”, e “os países pobres, que serão particularmente atingidos pelas mudanças climáticas”.
Mas este princípio, defendido por governos emergentes para não serem submetidos às mesmas exigências que os países do Norte quanto à luta contra o aquecimento global, não deve “bloquear o progresso” neste campo, diz Stern, autor de um relatório referencial sobre o custo das mudanças climáticas.
No momento, os esforços da comunidade internacional são “perigosamente lentos”, afirmam preocupados Stern e outros dois economistas, Mattia Romani e James Rydge. Eles advertem que, no ritmo atual, “o nível de risco é imenso”. “As mudanças climáticas que podem ocorrer irão muito além do que o homem moderno já conheceu”, dizem.
O estudo foi publicado pelo Instituto Grantham de Pesquisa sobre Mudança do Clima e Meio Ambiente, coincidindo com as negociações climáticas da COP 18, que deve ser encerrada na próxima sexta-feira (7) em Doha, no Qatar.
Menos gases na atmosfera – Segundo o estudo, para ter uma oportunidade “razoável” de evitar uma elevação da temperatura em 2 ºC, marca que os cientistas climáticos acreditam ser o limite para evitar grandes desastres em decorrência da mudança climática, seria preciso reduzir as emissões de gases-estufa de 50 bilhões de toneladas por ano para a 35 bilhões de toneladas em 2030.
“Com base nas ações lançadas atualmente, os países em desenvolvimento devem emitir entre 37 e 38 bilhões de toneladas em 2030, enquanto as emissões dos países ricos ficariam entre 11 e 14 bilhões de toneladas”, ou seja, dois terços do total contra um terço em 1990.
De acordo com os autores, a aritmética para alcançar uma elevação da temperatura em 2 ºC é muito clara.
“Os países em desenvolvimento deverão fazer um maior esforço, inclusive se os países desenvolvidos reduzirem suas emissões a zero em 2030″.
“Atualmente, a China representa 25% das emissões de gases de efeito estufa no mundo, contra os 17% dos Estados Unidos e 11% para a União Europeia”.
Em seu conjunto, a comunidade internacional “atua como se as mudanças fossem muito difíceis e caras, e como se esperar não fosse um problema”, diz o estudo, que também critica “a rigidez do processo de negociações na ONU e a atitude de alguns dos participantes”.
A pesquisa, no entanto, ressalta os fortes sinais de atividade e criatividade em todo o mundo. “Acelerar o ritmo das mudanças em direção a uma economia com baixos níveis de carbono é, ao mesmo tempo, factível e crucial, e, com os incentivos adequados, uma transformação rápida é possível, inclusive em setores como a energia, que requerem muitos capitais.
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Data: 05/12/2012 |
Fonte: G1 |
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