Especialistas mostram pessimismo sobre meta para energia renovável
As energias renováveis chegaram a 16% do consumo energético total na última década, mas muitos especialistas duvidam que se alcance a meta de duplicá-las em 2030.

Durante a cúpula mundial sobre energias do futuro, que acontece nesta semana em Abu Dhabi, a secretária-executiva da Organização das Nações Unidas para mudança do clima, Christiana Figueres, disse que a transição para energias de baixa emissão de carbono já começou. “Mas esta mudança não tem ocorrido nem na escala, nem na velocidade desejadas”, afirmou.

A porta-voz da ONU comentou o assunto após anúncio da Agência Internacional para as Energias Renováveis (Irena) de um plano destinado a duplicar a proporção das energias limpas na produção total. “É uma meta ambiciosa”, admitiu Adnan Amin, secretário-geral do órgão.

Ele considerou possível que não se consiga aumentar a proporção de energias renováveis dos atuais 16% para 30% se os esforços não forem redobrados.

Especialistas se dividem sobre futuro de matrizes limpas – Relatório divulgado nesta semana mostra que 170 especialistas entrevistados se divergem sobre o futuro global das renováveis. Alguns, considerados pessimistas, calculam que a contribuição não chegará a 20% do consumo em 2050. Os moderados falam de 30% a 45%, enquanto os otimistas chegam a prever que as energias limpas responderão entre 50% e 90% do consumo.

Atualmente, as energias renováveis chegaram a 18% do consumo energético total na última década, mas muitos especialistas duvidam que seja alcançada a meta de duplicá-las em 2030. As energias fósseis – petróleo, gás e carvão – representam 80% e a energia nuclear, de 2% a 3%, segundo o mesmo informe.

Em pelo menos 30 países renováveis representam 20% do consumo e 120 nações têm objetivos diferentes para sua introdução e desenvolvimento. Fatih Birol, economista chefe da Agência Internacional de Energia (AIE) lembra que o preço médio do barril de petróleo foi de US$ 112 em 2012, um recorde, antes de lembrar que os subsídios às energias fósseis são “o inimigo público número um da luta contra as mudanças climáticas”.

Subsídios são vilões da energia limpa – Esses subsídios atingiram os US$ 523 bilhões em 2011, 30% a mais do que em 2010, disse Birol, lembrando que o dinheiro gasto em energias fósseis não faz mais que aumentar o consumo. “Precisamos urgentemente das energias renováveis, mas, a menos que haja um marco que torne os investimentos rentáveis, não alcançaremos o nosso objetivo”, destacou.

Os investimentos mundiais em energias limpas caíram 11% em 2012, arrastados por fortes quedas em grandes mercados como Estados Unidos, Índia e Europa, embora a retração tenha sido menor do que se esperava, segundo um informe publicado nesta semana.

No ano passado, foram investidos US$ 268,7 bilhões em projetos de energias limpas, contra US$ 302,3 bilhões em 2011.
Data: 18/01/2013
Fonte: G1



 
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