Cientistas estudam ouriços marinhos e criam método para reduzir CO2
Um estudo com ouriços do mar permitiu que uma equipe de cientistas britânicos desenvolvesse um novo método para reduzir o dióxido de carbono (CO2) da atmosfera, o principal causador da mudança climática.

Pesquisadores da Universidade de Newcastle, no Reino Unido, descobriram que os ouriços utilizam níquel para aproveitar o CO2 do mar e fabricar suas carapaças calcárias, segundo estudo publicado nesta terça-feira (5) pela revista “Catalysis Science & Technology”.

A física Lidija Siller afirmou que a descoberta aconteceu “totalmente por acaso”, quando foram acrescentadas pequenas partículas de níquel a uma solução de água com CO2. Como resultado, os cientistas observaram o dióxido de carbono desaparecer completamente da solução.

A pesquisa revela que, na presença de um catalisador de níquel, o CO2 se transforma em carbureto de cálcio ou de magnésio, um mineral inócuo presente na crosta terrestre e que é utilizado no setor da construção para fabricar cimento e outros materiais, além de ser usado em hospitais para fazer gesso.

O método idealizado pelos especialistas britânicos consiste em fazer com que o CO2 liberado na atmosfera pelas indústrias passe diretamente da chaminé da fábrica para uma coluna de água rica em nanopartículas de níquel, fazendo com que o carbureto de cálcio sólido (principal componente do giz) possa ser recuperado ao se depositar no fundo.

“Este processo não funcionaria em todos os casos, uma vez que não dá para adaptá-lo ao tubo de escape de um automóvel. Mas essa é uma solução efetiva e barata para algumas de nossas indústrias mais poluentes e poderia ter um impacto significativo na redução do CO2 na atmosfera”, acredita Siller.

Atualmente, as propostas para se desfazer do dióxido de carbono consistem em capturá-lo e injetá-lo sob terra em formações rochosas, algo que pode ser perigoso caso sejam produzidos escapes.

A alternativa é transformar o CO2 em carbureto de cálcio ou de magnésio, o que já pode ser feito empregando uma enzima de anidrase carbônica, que tem um papel importante no transporte de dióxido de carbono e controle do nível de pH.

O problema é que essa enzima é efetiva durante pouco tempo e torna-se inativa em meios ácidos, fazendo desse sistema milhares de vezes mais caro do que o níquel, afirma o principal autor do estudo, Gaurav Bhaduri.

“A beleza de um catalisador de níquel é que ele segue funcionando independentemente do pH. Graças às propriedades magnéticas, ele pode ser recuperado e utilizado várias vezes. Além disso, o produto derivado do carbureto é útil e inócuo para o meio ambiente”, disse o pesquisador.
Data: 06/02/2013
Fonte: G1



 
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